13 de dezembro de 2017

A esquerda tem futuro em Pombal




Existe uma opinião generalizada de que a dicotomia esquerda/direita não faz hoje qualquer sentido. Eu defendo uma opinião radicalmente diferente. Não só afirmo que essa dicotomia continua a fazer todo o sentido, como acho que é hoje mais útil do que sempre foi. Para se poder perceber a minha posição e o sentido da resposta que pretendo dar no final, tenho que discorrer um pouco sobre aspectos mais conceptuais. A minha visão sobre esses aspectos não será, obviamente, neutra. É uma visão comprometida com os valores políticos que assumo. 

1. Por onde começar?

Desde a Revolução Francesa e até ao final da década de 80 do século passado, coexistiram na opinião pública duas formas de conceber o destino histórico da humanidade. Por um lado, o liberalismo, como a continuação de algo profundamente enraizado na história, que defende a propriedade privada como o aspecto central da organização social. Por outro lado, algo de novo, que foi chamado de socialismo (ou anarquismo, ou comunismo) e que advoga uma rotura com a narrativa histórica liberal, colocando em primeiro plano questões como a igualdade e o bem comum.

Hoje são poucos os que defendem a idea de que existe uma alternativa ao liberalismo. A esse propósito ficaram célebres as palavras de Margaret Tatcher: "There is no alternative", a famosa TINA. Mas é importante referir que o slogan não afirma, categoricamente, que o liberalismo é uma boa solução. O argumento é: pode não ser bom mas é a única possibilidade real.

2. Quais os efeitos a nível político?

A visão totalitarista subjacente à tese do fim da história não é apanágio da direita liberal. As trágicas experiências políticas do século XX, protagonizadas tanto pela esquerda como da direita, foram construídas com argumentos que advogavam o fim da política, a extinção dos partidos políticos e da própria ideia de oposição. Mas foi a direita quem melhor fez a leitura desses totalitarismos; a esquerda demitiu-se de fazer o seu balanço crítico. Ao incorporar no seu discurso os valores tradicionais da esquerda, a direita consegui fortalecer a convicção de que a democracia liberal representa a fórmula da melhor sociedade possível, pelo que não podemos fazer mais nada do tentar torna-la um pouco mais justa, um pouco mais tolerante.  

Mas, se isto é verdade, porque é que continua a haver tanta gente a insistir, contra toda a lógica aparente, numa utopia alternativa? A verdade é que nunca como hoje a regra do 80/20 de Pareto foi tão ajustada para descrever a vida social: 80% dos lucros são produzidos por 20% dos empregados; 80% da terra está na posse de 20% da população; 80% dos links estão conduzem a 20% de páginas web. E um sistema que torna 80% da sua população descartável, inútil, não será, ele próprio, igualmente descartável e inútil?

O liberalismo impôs uma relação assimétrica de valores: o que é bom para Wall Street é bom para Maine Street, mas o que é bom para Main Street não é necessariamente bom para Wall Street. Por outras palavras, Wall Street pode prosperar mesmo que Maine Street definhe, mas o contrário não é verdadeiro.  Esta assimetria tem como consequência um enorme descontentamento da população. Fazendo-nos crer que somos totalmente impotentes para mudar o status quo, instalou-se um sentimento de apatia face à democracia e de total desprezo pelas instituições democráticas. 

Paradoxalmente (ou não) foi a direita, mais uma vez, quem capitalizou estes descontentamentos. O surgimento de uma direita populista, fundamentalista, é disso a prova mais evidente. A escolha de líderes populistas, que fundamentam o seu discurso no medo e na desconfiança em relação ao outro, é uma reacção contra uma falha real do liberalismo. Ao alegar o fim da história, ao eliminar o sonho utópico de percurso alternativos, o liberalismo deixa terreno fértil à demagogia, ao populismo. 

3. O que fazer?   

Fazendo minhas as palavras de Rui Tavares, "talvez o maior legado moral das tragédias do século XX seja a obrigação partilhada, na esquerda e na direita, de combater esta visão do fim da política. (...) Quem proclama a superação das distinções política, partidárias ou de opinião, fá-lo, muitas vezes num quadro mental povoado por objetivos supostamente indiscutíveis: a eficácia, a competência, a pontualidade, a produtividade, etc. Contudo, ao fazê-lo, esquecem-se que estes valores são apenas prezáveis num quadro de princípios, valores e ideais. (...) Estes argumentos são perigosos porque, ao escolherem critérios indiscutíveis, imediatamente esvaziam a discussão e com ela a persuasão que fazem de nós humanos. São perigosos porque, no fundo, substituem a democracia pela demagogia."

Vale a pena regressar a um discurso ideológico. A esquerda para se afirmar, terá que ter claros os seus princípios fundamentais. O que nos é cometido como tarefa, como homens e mulheres de esquerda, é o ajudar a que se desenhe uma ideia forte, comprometedora que dê sentido ao ser de esquerda. Vale a pena lembrar que tudo o que hoje caracteriza a democracia liberal - desde o sufrágio universal à liberdade de imprensa - foi conquistado através de longas e difíceis lutas de classes. 

A utopia de esquerda só faz sentido num quadro de antagonismos reais que dão a essa ideia uma urgência prática. A identificação desses antagonismos é o que nos pode conduzir a uma estratégia alternativa. A esquerda tem protagonizado novos protestos, novas mobilizações, novas preocupações ecológicas. Não faltam formas de resistência ou protesto, mas é clara a ausência de alternativa. O que conta na acção política é a afirmação. A negação é necessária mas não permite a construção de uma alternativa credível.

É urgente que a esquerda recupere a sua matriz identitária e afirme, sem medo, as suas convicções. Tem também a obrigação de criar uma verdadeira contradição à visão liberal de direita. Se acreditarmos em soluções novas, temos obrigação de lutar por elas mesmo correndo o risco de falhar. De certa forma, temos que estar disponíveis para aceitar o aforismo de Samuel Beckett: Tentar outra vez. Falhar outra vez. Falhar melhor

4. A esquerda tem futuro em Pombal?

Em Pombal - e no país - vivemos a mistificação de termos um partido socialista e um partido social democrata que não o são. Esta mistificação faz com que o seu discurso não se adeque à prática. A prática do PSD é, sobretudo depois do advento da crise, claramente liberal, conservadora, enquanto a do PS sempre foi social democrata. Enredados nesta contradição, a acção de ambos os partidos pouco difere. Provavelmente um é mais conservador, outro mais reformista, mas estão fundamentalmente de acordo quanto ao essencial. O eixo de actuação de ambos consiste na gestão eficaz do sistema neoliberal.

Pombal precisa de uma esquerda corajosa, culta, alternativa. Uma esquerda que se paute mais pela acção e menos pelo discurso. Uma esquerda que se saiba unir naquilo que tem de mais fundamental, evitando guerras fratricidas que apenas servem os interesses partidários mais mesquinhos. Mas, para isso, há definir uma verdadeira alternativa ao PSD e, sejamos honestos, o PS não tem cumprido a sua obrigação.

Se não apresentarmos uma verdadeira alternativa aos pombalenses, porquê mudar? A defesa de causas fracturantes é muito importante mas não pode ser tudo o que a esquerda tem a apresentar. Temos que ser capazes de apresentar uma política económica e social credível. E, em Pombal, temos muitos argumentos que a podem sustentar: a questão dos baldios; a defesa da agricultura familiar e da floresta; a promoção dos mercados municipais; a luta para por fim à precariedade na autarquia; o criar mecanismos para combater a especulação imobiliária; o incentivo à fixação de empresas que tragam valor acrescentado para o concelho. 

Também não podemos passar o dia a arranjar justificações para nos afastarmos do povo. As populações têm que se sentir engajadas com as decisões políticas. "O que deve ser feito" em abstracto não compromete; o que compromete é "o que vamos fazer". Há que aproximar os cidadãos dos centros de decisão, incentivar a participação dos munícipes em fóruns promovidos pela autarquia onde se debatam (e decidam) os reais problemas do concelho. É preferível um povo que possa errar do que um tecnocrata que nunca admite que erra.

A esquerda tem que enfrentar os interesses instalados, lutar por uma educação inclusiva, uma cultura emancipatória, defender a causa pública, dignificar a condições de vida na terceira idade, acabar com o clientelismo e a perpetuação de uma casta política. As justas reivindicações das populações têm que ser satisfeitas como direitos e não apenas sob a forma de permissões. Um direito dá acesso ao exercício de um poder, à custa de um outro poder. Uma permissão não diminui o poder de quem o concede e não aumenta o poder de quem a obtém. E direitos é tudo aquilo que o PSD não tem dado em Pombal.

Não tenho a pretensão de afirmar que podemos mudar o mundo agindo apenas localmente. Mas temos obrigação de contribuir para isso. Precisamos de acreditar na capacidade política, de ter confiança no futuro e no outro. Há que mobilizar afectos por forma a eliminar um certo clima de desconfiança, de medo, dando lugar a um ambiente mais optimista. É preciso incentivar uma certa disciplina de artista, de investigador (e não só de empresário e empreendedor), que nos faça procurar, com confiança, o que não existe, o que ainda não foi inventado. 

Eu assumo a visão optimista de esquerda e, por isso mesmo, afirmo com toda a convicção: a esquerda tem futuro em Pombal.

22 comentários:

  1. A esquerda só terá sentido em Pombal quando for menos ideológica e mais pragmática, hábito de ter suas acções, actos e atitudes frente a vida, baseados na verdade absoluta, na praticabilidade das soluções, de forma que seja sempre o mais objectivo e simples possível. Ou seja tem de ter um leque de Candidatos bem escolhidos, e nisso só o PS consegue, pois tanto o BE como a CDU estão cristalizados e são muito dogmáticos. Nestas autárquicas 2017 o PS cometeu imensos erros de casting em praticamente todas as Freguesias, só assim se percebe como em 13 só ganhou UMA e o Candidato á Camara o Sr. Eng. Claro é muito boa pessoa mas falta-lhe o carisma para ser líder e falhou em toda a linha. Até penso mesmo, pela campanha não realizada que não queria mesmo ser Presidente da Camara, mas somente em ser o segundo de Narciso Mota, teve azar se o NMPH tivesse eleito mais um Vereador teria acesso á sorte grande...assim fica na história como o pior Candidato do PS de sempre.

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  2. A CDU também tem futuro:
    Ja é natal e os pendões ainda estão a enfeitar o Cardal.

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  3. Caro amigo Adérito
    Parece-me que a separação que fazes entre a esquerda e direita é intencionalmente vaga, por dificuldades de defesa dos ideais e das soluções face aos tempos de hoje.
    Para seres claro, nas propostas e nas soluções que defendes, gostaria que respondesses às seguintes questões:
    - Entendes um regime político de esquerda como uma ditadura “do proletariado”, ao estilo da ex-URSS, com um partido único, ou aceitas o parlamentarismo com vários partidos?
    - A esquerda deve chegar ao poder através da revolução ou através da organização em partidos e em eleições em concurso com outros partidos?
    - A propriedade deve ser estatal, privada ou de ambos?
    - A esquerda caracteriza-se por promover o progresso através de retomas ou de revoluções?
    - A igualdade social deve ser promovida através de nacionalizações, de impostos ou de ambos?
    - Os meios de comunicação social devem ser do estado, dos privados ou de ambos?
    - A liberdade de imprensa e a liberdade de expressão devem ou não ser garantidas?

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    1. Caro amigo,

      Eu prezo a tua inteligência e sei que, se leres o meu texto com atenção, encontras facilmente as respostas que procuras. Deixo-te pensar mais um bocado e, se mesmo assim, mantiveres as tuas inquietações, terei todo o gosto em esclarecer um ou outro aspecto onde talvez possa não ter sido tão evidente.

      Mas uma coisa te digo desde já: é óbvio que a esquerda (em que me incluo) tem dificuldade em defender os seus ideais nos dias que correm. Fui bastante claro quanto a isso naquilo que escrevi.

      Grande abraço,
      Adérito

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    2. Caro amigo Adérito
      Pensando conhecer parte dos teus ideais (daquilo em que acreditas e que eu respeito em reciprocidade àquilo em que acredito), apenas tenho constatado que, depois da queda do muro de Berlim, quase todos aqueles que se dizem de esquerda e comunistas já não vêm afirmando nem expondo publicamente os seus ideais de forma direta e clara, adotando, ao invés, uma aparente posição de fuga ao contraditório e, consequentemente, deixando subentendidos um complexo de culpa pelo passado e a fraqueza dos modelos políticos que defendem para aplicar na governação dos estados...
      Com a tua superior inteligência, que muito admiro, certamente me irás ajudar a superar as dúvidas que te expus.

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    3. Caro amigo,

      Aceito o desafio. Logo que tenha mais tempo (durante o fim-de-semana), partilho aqui as minhas dúvidas e as minhas convicções. Conto com o teu contraditório.

      Grande abraço,
      Adérito

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    4. Caro José Gomes Fernandes

      Este meu post é a cópia da minha primeira intervenção no debate que fizemos no Café-Concerto sob o tema "A esquerda tem futuro em Pombal?". Ele pretende reflectir mais sobre os desafios que se colocam à esquerda e está menos preocupado em marcar diferenças em relação às posições da direita. Digo que "é urgente que a esquerda recupere a sua matriz identitária" e que tem "a obrigação de criar uma verdadeira contradição à visão liberal de direita”, mas não apontei, nesta primeira intervenção, como é que a esquerda o deve fazer. Uma vez que tínhamos vários protagonistas da política concelhia na plateia, seria preferível ouvir o que tinham a dizer sobre este assunto. Lembro que o objectivo era chegar a uma resposta à pergunta inicial.

      Espero que, ao contrário de outros, possas entender o plano ideológico do meu texto. Ao defender a discussão ideológica, não repudio a acção prática. Nada disso! Aliás, digo no meu texto que "a utopia de esquerda só faz sentido num quadro de antagonismos reais que dão a essa ideia uma urgência prática. A identificação desses antagonismos é o que nos pode conduzir a uma estratégia alternativa." Em suma, a definição ideológica deve preceder a acção prática, mas não faz sentido sem ela.

      Como te disse, a esquerda (em que me incluo) tem dificuldade em defender, hoje em dia, os seus ideais. A discussão sobre o que é ser de esquerda no século XXI, levada a cabo por muitos filósofos, economistas, historiadores, europeus (e não só), é a prova disso mesmo. Apesar de tudo, tem sido muito estimulante e, quanto a mim, tanto a esquerda como a direita teriam muito a ganhar se a encarassem sem complexos.

      Concentro-me agora nas tuas questões. Muito do que te vou responder é fruto da minha reflexão pessoal. Não sou um especialista e muito menos o porta voz de uma certa esquerda.

      1. Entendes um regime político de esquerda como uma ditadura “do proletariado”, ao estilo da ex-URSS, com um partido único, ou aceitas o parlamentarismo com vários partidos?

      É claro que não advogo sistemas de partido único. Se tivesses lido o meu texto, entendias essa minha posição quando digo que "as trágicas experiências políticas do século XX, protagonizadas tanto pela esquerda como da direita, foram construídas com argumentos que advogavam o fim da política, a extinção dos partidos políticos e da própria ideia de oposição" e que o maior legado moral dessas tragédias é "a obrigação partilhada, na esquerda e na direita, de combater esta visão do fim da política". Ao referir-me às "trágicas experiências políticas do século XX, protagonizadas tanto pela esquerda como da direita" fica claro que também repudio o sistema soviético como modelo de sociedade ideal e critico a esquerda por se ter demitido de fazer o seu balanço crítico. Nesse aspecto, como em muitos outros, a direita - com a corrente histórica a seu favor - tem sido mais esclarecida.

      A noção de "ditadura do proletariado" também deve ser encarada à luz do século XXI. Apesar de defender a democracia representativa, entendo que "há que aproximar os cidadãos dos centros de decisão". A democracia é feita pelo povo e os políticos não podem "passar o dia a arranjar justificações para" se afastarem de quem os elegeu. Há quem defenda, por exemplo, que deveríamos ter assembleias de cidadãos escolhidos aleatoriamente (com critérios que garantam essa aleatoriedade) com poder de decisão efectiva. Estou convencido que a nossa Assembleia Municipal, se fosse eleita por sorteio aleatório, seria um fórum bem mais interessante e, possivelmente, mais justo.

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    5. 2. A esquerda deve chegar ao poder através da revolução ou através da organização em partidos e em eleições em concurso com outros partidos?

      Winston Churchill disse, em 1947: "A democracia é a pior forma de governo, à exceção de todos os outros já experimentados ao longo da história." E esta frase continua a fazer todo o sentido. Mas também entendo que a esquerda tem a obrigação de compaginar a ideia de democracia com a ideia de revolução. Há que procurar rupturas com o status quo e defender a ideia de que a democracia não existe. O que existe, muito na linha do que disse Marx, é uma democratização sucessiva da sociedade. E, nesse movimento, a discussão entre esquerda e direita, entre conservadores e progressistas, tem o papel fundamental. É o discutível que valorizo.

      3. A propriedade deve ser estatal, privada ou de ambos?

      Do ponto de vista da esquerda, é essencial definir o que se entende por "comuns". Eu não me vou alongar nesta discussão mas, para não fugir à tua questão, vou dizer alguma coisa. É obvio que se tivesse que dar a resposta numa só palavra essa resposta seria "ambos". Mas penso que não é isso que pretendes.

      Como disse recentemente o filósofo francês Michaël Fœssel (num debate interessantíssimo com o filósofo e historiador Marcel Gauchet), “a dificuldade da esquerda é reconstruir o coletivo”. E tem razão. Sem querer sacralizar a superioridade da gestão pública (que já mostrou, tal como a privada, quais as suas limitações), entendo que a propriedade privada é inadequada para a gestão da cultura, da propriedade intelectual, mas também das infra-estruturas partilhadas como os transportes públicos, a energia, os correios, entre outras. Sei que não concordas comigo, mas essa é precisamente a diferença entre uma visão de esquerda e uma visão de direita. Por outro lado, a esquerda também deveria assumir como "comuns" questões de natureza exterior, como as que estão subjacentes à ameaça de uma catástrofe ecológica, e questões de natureza interior, como a herança biogenética e a as implicações sociais e éticas dos novos desenvolvimentos tecnológicos e científicos nessa área.

      4. A esquerda caracteriza-se por promover o progresso através de retomas ou de revoluções?

      Já respondi a esta questão. Apenas reforço com uma frase de Arthur Rimbaud que defendo como um lema de esquerda: "Il faut être absolument moderne".

      5. A igualdade social deve ser promovida através de nacionalizações, de impostos ou de ambos?

      Para não me alongar muito, apenas digo que sou da opinião de que tudo o que é "too big to fail" deveria estar nas mãos do estado. E, por falar em igualdade social, vale a pena ler o recentemente publicado Word inequality report (http://wir2018.wid.world) que refere que 1% da população mundial mais rica ganha o dobro dos 50% mais pobres (referência do Jornal de Negócios: http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/1-da-populacao-mundial-mais-rica-ganha-o-dobro-dos-50-mais-pobres).

      6. Os meios de comunicação social devem ser do estado, dos privados ou de ambos? A liberdade de imprensa e a liberdade de expressão devem ou não ser garantidas?

      A liberdade de imprensa é uma questão basilar à democracia. Nem deve estar concentrada no estado nem nos grandes grupos económicos. Todos nós temos obrigação de monitorizar a liberdade de imprensa e zelar para que ela seja efectivamente garantida. O que se tem assistido, nomeadamente em Pombal, é à substituição da "comunicação social" pela "comunicação institucional".

      Grande abraço,
      Adérito

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  4. Ser Esquerda ou Direita hoje em dia, cada vez mais, como ser de clube A ou B, somos porque sim. Excepções certamente que as há, são raras e, deixam a outros presença na linha de combate. Ser Esquerda ou Direita é ser do Norte ou Sul. Somos. Uma vez mais. Não faz sentido, para a maioria, num Mundo global que economicamente vai ditando "modus vivendus" ter ideologia, um ideal de governação pois esse vai colidir com o demando de "head-quarters" sociais e políticos. Encaramos com burocratas que no gabinete, traçam linhas e planos que entendem com aval de quem economicamente é mais valente. Enfim supra-mega organismos como P. Europeu, Comissão Europeia, Senado, ONU, status quo de escolha suposta eleição do povo. Ser de Esquerda que é isso? E de Direita, o que é? E questão conexa, que raio é ser social democrata? Um social democrata pode ser de direita e também poderá ser de esquerda? Ora, estou confuso. Primeira apreciação, muito minha, o que vai distinguir a esquerda da direita é forma de encarar o ideal de igualdade entre pares, pese embora ambígua é uma forma radical e simplista de encarar o tema, mas não deixa de ser uma vertente entre tantas que são defendidas. Igualdade não é tudo igual, onde o que é meu é teu, o que é teu é meu. Para mim não é isso, é mais para além disso. É a possibilidade de ter a opção de concretizar o desejo pessoal se assim for de decisão. Contudo, com infinito desígnio poder retirar para si o que é de seu direito e deixar, não a livre arbítrio, o que possa ser obtido em demasia. Confusos? Vai o dito do exemplo. A liberdade de criar e conceber riqueza social e económica e obter satisfação pessoal, poder partilhar/distribuir pelos menos favorecidos do que é passível partilhar. Qual razão não posso ser financeiramente autónomo e porque não dize-lo, rico financeiramente, desde que promova de forma legal e justa essa distribuição de riqueza, seja por meio de pagamento impostos ou realização de obras sociais? E ainda assim, rico. Ah e ser de esquerda. Mas de direita, também. Então qual a diferença? Na minha ótica a forma encarar o arrecadar do produto obtido na realização de intuito. Mais. O exemplo, a caridadezinha, o status social criado muito mais vulgarizado em dita direita que na esquerda (minha opinião).
    Cont.

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  5. Vide exemplo empresarial português com Nabeiro vs. Azevedo. O primeiro, questão criação/distribuição riqueza com o indicar “…mais emprego provavelmente menos tecnologia e evolução industrial… é onde gosto de arriscar…”, para o outro, “…a mão de obra tem de ser barata…”. Ambos empresários, detentores riqueza fiduciária, respeitados na sua forma de estar e de viver, quiçá um mais que outro, apreciado pela maioria da população. Face ao exemplo e pratica, um é de (minha) esquerda, o outro era de (minha) direita. Opiniões e são minhas. E para Pombal? Bem, para esquerda nem para direita, nem uma nem outra vão conseguir vingar e promover futuro tal qual o concebo mentalmente. A esquerda, pombalense, não tem hoje, referências validas ou de mais valia de forma a ser sustentada uma luta politica verdadeira e corajosa. A direita, porque invejosa, desleal, politicamente mal formada, incrustada no dolce far niente de vencer sem convencer, de escaramuças em escaramuças e acusatório fácil, não vai conseguir promoção de quem encare verdadeiramente o espirito. Pois quem é rico, financeiramente falando, não tem tempo nem vontade de ser… politico (em Pombal). Assim o que resta? A sobra de aqueles que por força Jotas promovem ou são promovidos, os que por amizade ou pretensa influência vão chegando lá e depois, os que restam. Os que ficam em terras de Pombal onde se esgotam oportunidades, liberdades e até sensibilidades. Estás comigo? És dos meus? Conto contigo. Se criticas ou desejas algo diferente, corta que pode ser incomodo e por isso não interessa. Quer á esquerda, quer á direita. E para o caso, somos todos republicanos, católicos, sociais democratas, mas socialistas ou comunas, não. Muito mais se podia dizer sobre ser de esquerda ou de direita, mas escrito aqui não era a mesma coisa. Concluindo.

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  6. Camarada Adérito;

    Depois dos esclarecimentos ao JGF, guarda também, sff, um tempinho (ou aproveita a mesma fornada) para concretizares/esclareceres a afirmação “a prática do PSD é … claramente liberal, conservadora, enquanto a do PS sempre foi social-democrata. Enredados nesta contradição, a acção de ambos os partidos pouco difere.”
    Achas mesmo que a prática do PS e do PDS/PPD, e, de forma mais geral, dos partidos sociais-democratas e do socialismo democrático (a mesma família, na minha opinião e de muita gente entendida nestas coisas) e dos partidos liberais/neo-liberais pouco difere? Explica-me isso, que eu depois tentarei explicar-te que difere tanto como em relação aos partidos comunistas…Na teoria, na prática e sobretudo nos resultados.
    Depois discordo também de ti quando consideras que “eficácia”, “competência”, “pontualidade” e “produtividade” tem cor - é de direita. Mas compreendo: talvez seja por isso, por não as valorizar, que o comunismo ainda não conseguiu desenvolver nenhuma sociedade. Estes constructos/indicadores são – na minha opinião – fundamentais na área empresarial, mas como essa área provoca alguma urticária à extrema-esquerda, discutamo-la no sector publico (mais querido da esquerda e extrema-esquerda).
    Assim, diz-me: Quanto te deitas (ou um familiar teu) numa maca de um bloco operatório para fazer uma cirurgia arriscada - ao coração ou ao cérebro - preferes uma equipa médica que se orienta por critérios de “eficácia”, “competência”, “pontualidade” e “produtividade”; ou uma outra que simplesmente procura fazer o que pode, sabe ou quer?

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    1. Caro Adelino

      Leste o que escrevi? Onde digo que “eficácia”, “competência”, “pontualidade” e “produtividade” têm cor (e é de direita)? Não só não o digo como repudio totalmente que o digas por mim.

      Prometi responder ao José Gomes Fernandes e, nessa altura, esclarecerei também as ambiguidades que citas do meu texto.

      Abraço,
      Adérito

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    2. Camarada Adérito,

      Sim, não o afirmas de forma explícita, mas está implícito. No fundo afirmas (citando o Rui Tavares) que esse quadro anti-edeológico, dos burocratas (que podem negar a ideologia, mas como sabes são profundamente ideológicos, e a sua edeologia é o mercado livre), partilha e impõe esses dogmas.
      Logo, penso que se subentende claramente do texto que a Esquerda deve recusar esses constructos/indicadores. Se não é assim, esclarece quem tem dificuldade em interpretar o texto. Com ambiguidades não avançamos...na construção de um discurso de Esquerda.

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    3. Caro Adelino,

      Ambiguidades? Onde está a ambiguidade na frase "estes valores são apenas prezáveis num quadro de princípios, valores e ideais"? O que é claro que quero dizer é que esses valores, por si só, não dizem nada. Eu posso ser um ladrão competentíssimo, um assassino muito eficaz. Aliás, esses valores foram usados sistematicamente para caracterizar gestores como Zainal Bava, médicos como Josef Mengele. Por isso, repito o que disse: "estes valores são apenas prezáveis num quadro de princípios, valores e ideais".

      Por isso digo, citando Rui Tavares, que apregoar esses valores no discurso ideológico é perigoso "porque, no fundo, substituem a democracia pela demagogia". Esses valores são, de facto, indiscutíveis. Todos concordamos. Mas não os podemos usar como argumento no discurso ideológico.

      Como sei que gostas, cito uma passagem de Fernando Pessoa, também referida na mesma obra de Rui Tavares, a propósito dos fascistas italianos terem proclamado que, com eles, os comboios andavam a horas. "A obra principal do fascismo é o aperfeiçoamento do sistema ferroviário. Os comboios andam bem e agora chegam à tabela. Por exemplo, você vive em Milão; seu pai vive em Roma. Os fascistas matam o seu pai mas você tem a certeza que, metendo-se no comboio, chega a tempo do enterro."

      Não há ambiguidade nenhuma no que disse.

      Abraço,
      Adérito

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  7. Discordo da afirmação (e do pensamento que está por detrás dela): "estes valores são apenas prezáveis num quadro de princípios, valores e ideais"? E da outra que a complementa: “o que é claro que quero dizer é que esses valores, por si só, não dizem nada.”
    Há uma Esquerda – dita Extrema-Esquerda – que abomina esses constructos/indicadores; mas não tendo nada para contrapor, limita-se a relativizá-los, a desvalorizá-los.
    Na verdade, eles (só) são válidos num determinado contexto/circunstâncias; o que, à-anteriori, os deveria colocar num patamar de neutralidade; não estão porque foram politizados. Ou seja, a direita tomou-os como seus; e a esquerda relativiza-os, desvaloriza-os.
    Os constructos/indicadores de que falaste/falamos (eficácia, competência, pontualidade, produtividade) podem ser neutros ideologicamente, mas têm antónimos.
    A Esquerda (mais a dita extrema-esquerda) fica mal nesta discussão porque não reconhece que estes constructos/indicadores, em-si, são válidos.
    Passa-se aqui o mesmo que perante um instrumento (por exemplo: um relógio ou um cronómetro): em-si é válido/útil; independentemente de poder ser mal usado.
    Para terminar, digo que são válidos num quadro de uma sociedade organizada sobre um conjunto de princípios, valores e normas aceites pela esmagadora maioria. Mas aceito que quem esteja fora deste quadro de pensamento, por exemplo, para o movimento anarquista, estes constructos/indicadores não façam nenhum sentido.

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    1. Caro Adelino,

      Eu sou muito cuidadoso com as palavras que uso. O que quero dizer é precisamente o que está escrito. Já percebi que não concordas comigo quando digo que o uso de "critérios indiscutíveis" no discurso ideológico é demagogo. Muito bem. Não queiras é fazer dos teus atavismos as minhas convicções.

      Todos nós, sejamos de esquerda ou de direita, conservadores ou progressistas, autoritários ou libertários, podemos usar podemos usar o discurso da eficácia, da competência, da pontualidade e da produtividade. São valores transversais; não apanágio de qualquer família política. E eu posso dar exemplos daquilo que afirmo.

      Aproveito, já agora, para te responder à tua outra questão. A mistificação que refiro - a de termos um partido socialista e um partido social democrata que não o são - é uma questão portuguesa. Não a generalizei ao resto da Europa nem o irei fazer agora. Saberás, provavelmente melhor do que eu, a génese dessa mistificação; não vou discorrer sobre esse assunto. A verdade é que temos um partido socialista que sempre teve dificuldade em se assumir como social democrata, refugiando-se sempre no eufemismo do socialismo democrático, e um partido social democrata bipolar, oscilando entre a social democracia de Marcelo e o liberalismo de Passos Coelho. Com António Costa e Passos Coelho vivemos o período de maior clareza política ao centro do nosso espectro político. Seria bom para a nossa democracia que essa clareza se mantivesse, dando ao eleitorado a possibilidade de escolher entre dois projectos políticos com algumas diferenças. Mas estou mesmo a imaginar que, finda a geringonça e o PS com maioria absoluta, voltamos aos tempos do Dupond e Dupont.

      Mas, quando falei dessa mistificação, queria centrar o meu discurso em Pombal. A crítica, obviamente, era mais para o PS do que para o PSD pois o tema em causa é a esquerda. Poderia também referir-me ao PCP e aos problemas que lhe reconheço (fica para outra altura). Mas, quer se queira quer não, o PS é o líder da oposição em Pombal e, como tal, tem mais responsabilidades.

      Acredita que gostava de ver o PS mais esclarecido e com força. No debate que fizemos fiquei contente com as intervenções de jovens socialistas como o Raúl Testa ou o Rodrigo Escapa. Era bom que esse discurso e essa força contaminasse toda a estrutura partidária.

      Abraço,
      Adérito

      PS Pelo que escreves, presumo que não tens acompanhado o debate da nova esquerda europeia. É uma pena. Vivemos um período de intensa discussão ideológica que tanto a esquerda como a direita teriam muito a ganhar se o encarassem sem complexos.

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  8. Camarada Adérito,
    Essa dos “critérios indiscutíveis” no discurso político ser demagógico é uma generalização que padece dos mesmos pecados de todas as outras. O que prefiro é linguagem clara, nomeadamente nas questões essenciais.
    Quanto aos meus ativismos, que dizes que te quero inculcar, diz-me onde os viste e quando o procurei fazer. Limitei-me a discordar de dois pontos/ideias da tua longa dissertação edeológica. Numa delas - sobre os constructos/indicadores - parece que estamos de acordo: são valores transversais. Não estavas à espera, com certeza, que estivéssemos (todos) de acordo com ela em tudo? Pois não?
    Sobre o posicionamento e prática política/governação do PSD e PS analisas bem ambos os partidos e concordo contigo nas premissas: o PSD é um partido claramente de direita, de cunho/prática neo-liberal; e o PS é um partido social-democrata ou do chamado socialismo democrático (origens diferentes mas fundidas no chamado centro-esquerda). Onde falhas rotundamente, na minha opinião, é quando concluis que são (quase) iguais, pouco diferem. Vai uma distância enorme, edeológica de governação entre o neo-liberalismo e a social-democracia.
    Se pretendias centrar o discurso em Pombal tens toda a razão na conclusão – não diferem em nada (nomeadamente pela razão de que o PS não afirma nada); mas, nesse caso, as premissas estão erradas/desfasas da realidade (não sabem o que é isso, sequer).
    Abraço.

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    1. Caro Adelino,

      Sim, digo onde os vi. Como disse no meu texto, "a visão totalitarista subjacente à tese do fim da história não é apanágio da direita liberal." Depois digo que "talvez o maior legado moral das tragédias do século XX seja a obrigação partilhada, na esquerda e na direita, de combater esta visão do fim da política." Tem sido apanágio dos regimes totalitaristas e dos líderes populistas, usar como argumento o que chamo de "critérios indiscutíveis" como forma de eliminar a oposição. Os exemplos de Salazar, de Hitler, de Estaline, de Putin, de Trump, etc, mostram que esse discurso é transversal a todo o espectro político.

      Os teus atavismos surgem quando dizes "discordo também de ti quando consideras que “eficácia”, “competência”, “pontualidade” e “produtividade” tem cor - é de direita." Eu não disse nada disso; nem sequer insinuei. Querias ler no meu texto que o comunismo não valoriza esses conceitos mas, tenho pena, não o podes fazer. Depois disso, terminas com um argumento de tal forma básico - o argumento do médico competente - que até me custa crer que tenha sido escrito por ti.

      Abraço,
      Adérito

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  9. Amigos e camaradas, o meu espírito espanta (Deus queira que não dê um coice a um) com o caus que Vossas Excelências instalaram neste debate.
    Compreendo, agora, melhor, as razões pelas quais a esquerda unida chegou ao estado a que chegou (não confundam com ordem unida) e estou disponível para contribuir com a ensinança básica elementar para vos clarificar, não purificar, por que isso só nos campos.
    As vossas teorias só se aplicam no éter e como os viventes vivem na terra, mesmo sem irem à terra, não vos entendem.
    Descendo à terra, deixemos o PSD e centremo-nos no PPD ou, se preferirem, no PPD/PSD.
    Por que o Partido Comunista continua quadrado pelo que não roda, apoiado num marxismo velho e caduco.
    O Bloco de Esquerda corre o sério risco de lhe acontecer o mesmo que aconteceu há anos ao PRD. Desapareceu por ser um saco de gatos, sem valores, nem ideologia.
    O socialismo, do Partido Socialista, foi colocado na gaveta há muitos anos, restando a vertente social-democrata, muito mal gerida, diga-se.
    O PPD foi gerado sem matriz ideológica apoiando-se, somente, no reformismo, no humanismo e no interclassismo, valores que lhe são muito caros.
    As suas elites são perfeitamente conhecedoras da vida vivida pelas pessoas, dos seus problemas e das suas soluções, sem quaisquer mordaças, ou ideologias balofas, com ideias simples e reais.
    Por isso tem tido o sucesso que tem tido, na boa governança, mesmo nos momentos mais difíceis e só com casamentos contra natura é que é ultrapassado, mas na secretaria.
    Concordo com o modelo parlamentar mas não concordo com os jogos florais.
    A vida das pessoas é outra coisa e a esquerda unida só quer o caus, por que se dá bem com o caus, mas as pessoas querem ordem.
    Saúde e Prosperidade

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    1. Amigos, estou envergonhado.
      Ao ler o meu comentário verifiquei que cometi erros ortográficos, reiteradamente, quando me referi ao caos que os meus amigos instalaram no debate.
      Desculpem-me.
      BOM ANO

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  10. Após leitura atenta do escrito, sobre a temática de esquerda direita, texto agradável de ler e me recuso a debater, pois trata-se de um texto ideológico e nestas coisas de ideologia presunção e água benta cada um toma a que quer! Pelos comentários ao referido nota-se que o bate subiu de nível, ou seja foi nivelado por cima! A pergunta que se impõe é quem sabe interpretar todas estas intervenções? Que interessa ao povo a teoria da esquerda ou da direita ? Que interessa ao povo a diferença entre eficácia e eficiência ? O Sr. António, meu vizinho aqui do lado, ontem vira-se para mim e diz o Zé eu costumo ler o Farpas explica-me lá onde querem eles chegar com esquerda e direita ? Eles deviam era exigir aos políticos que deixassem de roubar, que respeitassem quem trabalha, respeitassem a família, elogiassem os honestos e prendessem os desonestos. Tu viste que ainda não ouvi ninguém dos políticos a dizer que é preciso incentivar os jovens a fazer filhos ? Tu pensaste e olhaste para as pessoas que andam na rua? são só velhos e gajos cheios de vinho! Já ouviste alguém dizer que corrupto A, B, ou C foi severamente castigado? Zé
    faz-me um favor diz aos teus amigos do Farpas que escrevem linguagem que eu entenda a esquerda, segundo o livro branco do comunismo, matou 100 milhões de pessoas, ( Estaline, Lenine, Quim da Coreia do Norte, Qumeres Vermelhos, etc ) A direita matou uns largos milhões de cidadãos ( Hittler, Mussolini, Franco, Pinochet ). Qual deles foi mais cruel ? Esquerda ou direita o que significa? Falem linguagem que povo entenda !

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  11. Caro José do Trasso,

    Dizer o que se pensa num debate ideológico (ou noutro qualquer) não é presunção. Já o mesmo não se pode afirmar quando se pretende ser o porta-voz do povo.

    Não queira fazer do povo aquilo que não é. A visão que pretende passar do povo é muito redutora. Tal como eu e o meu amigo, a generalidade dos nossos concidadãos (que, no seu conjunto, constituem o povo), tem múltiplos interesses. São muitos os que se interessam por arte, por literatura, por cinema, por futebol e também por discutir política, seja de um ponto de vista pragmático, seja de um ponto de vista mais filosófico, mais ideológico.

    O meu texto refere-se à intervenção inicial que fiz num debate público que contou com a participação de muitos pombalenses. Provavelmente o seu vizinho António também participou e entendeu perfeitamente o que lá foi dito (o povo entende o que se diz e escreve em língua portuguesa). Pena que o José não tenha estado presente pois, assim, teria dado o seu valioso contributo.

    Quanto à água benta, esqueceu-se de incluir na sua lista de criminosos todos os que pactuaram com os milhões de mortes em nome de deus. Se quisermos ter uma visão maniqueísta da história, não há nenhum conjunto de princípios éticos que sobreviva.

    Um abraço,
    Adérito

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