22 de fevereiro de 2017

A Obra do Regime

O Centro de Interpretação e Museu da Serra da Sicó (CIMU SICÓ) foi apresentado ao concelho e à região como a grande obra do regime. A maquete, as imagens 3D, os objectivos, as valências e as virtualidades do projecto demonstravam a visão, o arrojo e a capacidade de transformar pedras em rosas, e ouro. O projecto colocaria Pombal, não onde está, no centro do país, mas no centro do mundo. Seria uma atracção mundial para cientistas, investigadores, projectistas, desportistas, turistas, etc.
O projecto resultou – disse-o Diogo Mateus – de “muitas horas de reflexão” (o mal esteve aí – digo eu). Foi concebido com tal polivalência que: “promoveria o desenvolvimento e de valorização regional e local”; “divulgaria o conhecimento associado ao património natural, cultural e científico”; “facilitaria a divulgação e a sensibilização ambiental”; “promoveria e apoiaria o turismo de natureza e a divulgação do desporto de montanha"; “facilitaria visitas e/ou estadias de grupos e fomentaria a realização acções de conservação da natureza, da biodiversidade e da paisagem”; seria a base de um futuro geoparque na Serra de Sicó”; “alojaria uma delegação do Centro Ciência Viva”.
O CIMU SICÓ seria, como nos disseram e se vê na figura, a última maravilha na Terra - uma espécie de Bênção-Divina sobre Pombal - que nos daria tudo o que nunca tivemos e ninguém imaginou – salve Diogo Mateus - “assente em princípios de sustentabilidade ambiental e económica”; com “um carácter de inovação e demonstração em áreas como a eficiência energética e passividade térmica"; “o armazenamento e reutilização de água”; “a integração paisagística e a recuperação ambiental da área envolvente".
E tudo isto no prazo de um ano, a contar do final de 2014, por uns módicos 2,139 MEuros.
Contei-vos o sonho. Falta contar-vos a realidade. Desfrutem antes do pesadelo.

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