20 de janeiro de 2017

Cultura em destaque


A coreógrafa, pedagoga e programadora cultural Madalena Victorino foi distinguida com o Prémio Universidade de Coimbra 2017. No dia da tomada de posse de Donald Trump, é bom salientar que ainda há quem saiba reconhecer a generosidade e a entrega aos outros como um valor maior. 

Esta portuguesa de excepção tem desenvolvido um trabalho notável e marcante para a performance em Portugal, em especial para a dança, nomeadamente pelo carácter comunitário das suas criações. Quem teve a oportunidade de participar nos seus espetáculos – seja como intérprete ou como público – pode atestar da sua generosidade e sensibilidade cativantes. Os méritos da sua obra estendem-se às áreas da pedagogia da dança, das artes na comunidade e na educação, assim como das relações entre o teatro e a dança. Mas mais do que uma referência na dança contemporânea, Madalena Victorino foi também uma das mentoras no desenvolvimento dos chamados Serviços Educativos no nosso país e na programação de eventos que promovem a inclusão cultural e social através das artes contemporâneas.

É enquanto programadora cultural que quero destacar o seu contributo, pois penso que poderia ser inspirador para quem dirige os destinos do nosso município. Madalena Victorino, em conjunto com Giacomo Scalisi, pretendem que a arte tenha uma intervenção na construção do dia a dia das populações. E se, por um lado, têm essa visão política, que defende uma arte igualitária, democrática, capaz de transformar e qualificar as vidas dos indivíduos e suas comunidades, por outro não sofrem da atitude miserabilista que confunde a vontade de a todos chegar com propostas pouco refletidas e de baixa qualidade.

Como disse a Paula Sofia no último post, se queremos que os nossos concidadãos, e muito em particular os nossos jovens, participem activamente na dinâmica cultural da cidade, temos que ser arrojados, sair dos gabinetes, falar com as pessoas e estar atento ao que de melhor se faz no nosso país. A qualidade não é mais cara do que a mediocridade e tem a grande vantagem de dignificar quem a promove e de elevar quem dela usufrui. 

1 comentário:

  1. Felizmente alguém resolveu falar neste assunto, desconhecia, também não tinha que saber, não fora o FARPAS eu não tinha conhecimento desta bela notícia. Nas últimas semanas entrava em casa só via TRUMP E TRAMPA nas TV´S limitava-me a desligar o pobre do aparelho que só nos dava aquilo que os jornalistas queriam ver. PARABÉNS À MENINA MADALENA .

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