28 de julho de 2015

A OPV da ETAP

Na passada terça-feira decorreu, no Salão Nobre do Edifício dos Paços do Concelho, a Formalização da Operação de Aumento de Capital da PombalProf, S.A., detentora da ETAP. Passou uma semana e a câmara não divulgou publicamente a identidade das empresas/empresários envolvidos, montantes de capital subscrito e a estrutura de capital após a operação (obtive alguma desta informação, ontem, em conversa informal e ocasional com o Director da escola). O Gabinete de Comunicação (Propaganda) da CMP é lesto a passar a informação que lhesinteressa, mas descuidado a esconder a que nos interessa. 
Apesar de a operação ter potencial virtuoso nasce ferida de legitimidade política e de forma pouco transparente. O PSD - tal como os outros partidos representados nos órgãos autárquicos - não tinha no seu programa eleitoral a privatização da  ETAP. Logo, não está mandatado para a fazer. Convinha que os decisores políticos do Largo do Cardal percebessem que não estão a alienar património do presidente da câmara ou dos vereadores - estão a alienar património público (dos pombalenses), através de uma Oferta Pública/Privada de Venda (OPV) pouco transparente.
A situação é mais grave porque com esta OPV a câmara perde o controlo da ETAP. Por isso, deve esclarecer o seguinte: 
(i) Na escritura, ficou salvaguardada a preferência pela recompra das acções? Ou a ideia é ceder definitivamente a escola aos privados?
(ii) Quais foram os critérios de escolha das empresas convidadas? Qualquer uma servia porque se privilegiou o encaixe ou houve a preocupação em escolher empresas com interesse e capacidade paradesenvolver a escola?
(iii) Qual o interesse (e motivações) em ter como accionista da escola uma empresa fantasma - “Cabaz Florido - Restaurante Típico, Lda”, morto e enterrado há décadas?

Adenda 1: Até à data de 30/07/2015 só conhecia uma empresa de Pombal com a designação e actividade de “Cabaz Florido – Restaurante Típico”. E essa, esse restaurante típico está morto e enterrado - abandonado até. Se existe outra empresa, activa e dinâmica, da área da restauração, folgo por isso. Mas continuo sem perceber o que acrescenta à escola.

Adenda 2: Gostaria/mos de ver o poder politico a responder – a dar a cara – pelos seus actos, a esclarecer as questões colocadas e as outras que vêm a caminho e não um pombo-correio, fantasma, sob o anonimato, a atacar o mensageiro.

10 comentários:

  1. Fico sempre impressionada com "o mundo ao contrário" que aqui se vive. Quando a ETAP nasceu, Pombal encontrava-se num momento de expansão industrial brutal, como sabemos. Por essa razão eram promotoras também as associações de Industriais (porque os havia) e Comercial. A realidade, essa malvada, trocou-nos as voltas. Por isso tenho imensa curiosidade em saber quem são os industriais/empresários agora chamados a salvar a escola, se é que é disso que se trata. Pelo que sei, desde a entrada em funções do novo director, "a Câmara não meteu lá um único tostão". É bom verificar o empenho do que resta do nosso tecido industrial na nossa (?) escola profissional. Mas o mínimo a que temos direito é saber quem são. E que motivações trazem. Para que não vá o sapateiro além da chinela.

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  2. Todos os considerandos são da responsabilidade de quem os escreve.
    O senhor Adelino Malho afirma que a "Cabaz Florido - Restaurante Típico, Lda" é uma empresa fantasma, morta e enterrada há décadas. O senhor é que...não lhe desejo mal nenhum. Antes de escrever, devia informar-se, pedir esclarecimentos a quem o possa explicar. Olhe, por exemplo, ao seu advogado que o defendeu daquela cena em que o senhor propagou um incêndio lá nos seus terrenos agrícolas prós lados de Abiul e chamou os bombeiros de Ansião...se calhar até vai precisar dele novamente.
    Ficava a saber que a Cabaz Florido, Lda é uma empresa com um capital social superior a 100 mil euros, com as suas prestações de contas devidamente depositadas no respectivo Instituto de Registos e que, nos últimos anos, foi distinguida com o galardão PME Excelência, atribuído pelo IAPMEI. É considerada como uma das maiores empresas do concelho e até do distrito de Leiria. Pombal agradece e aponta-a como um bom exemplo na economia local que devia ser replicado por muitas outras empresas do concelho.
    À questão da dona Paula Sofia Luz, quando diz que gostava de conhecer quais os accionistas da ETAP, só lhe digo que se visitou o stand da escola patente durante as festas do Bodo estavam lá divulgadas. Mas acredito que tivesse andado mais preocupada à procura da cerveja vendida a baixo custo.

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  3. Adenda 1 (e única). O senhor Malho com a arrogância e prepotência que o caracteriza publicou duas adendas ao seu post. Tentou emendar o erro que cometeu e virou-se ao ataque contra quem vem seriamente obrigá-lo a falar verdade. Do alto do seu (fraco) ego revelou a sua perseguição a quem escreve sob anonimato. Porém, fique tranquilo pois não sou pombo-correio de quem quer que seja e nem quis matar o mensageiro, que só escreve mentiras. Quanto à falta de esclarecimentos por parte da autarquia, nada tenho a dizer, porque não a represento.Se quer esclarecimentos autárquicos terá de lá ir solicitá-los.

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  4. Camarada Malho, vê tu a coincidência: poucos minutos depois de publicar aqui o meu comentário ao teu post, um nosso amigo com responsabilidades na autarquia fez o favor de partilhar a notícia do Pombal Jornal (publicada hoje mesmo, também) com a relação exaustiva das empresas em causa. Deixo-o aqui:http://pombaljornal.pt/2015/07/iniciamos-um-novo-caminho-para-construirmos-a-melhor-escola-profissional-do-pais/
    Quanto ao resto, o que posso dizer? Que o gabinete da propaganda trabalha que é uma beleza.

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    1. Pois é Paula, apanha-se mais depressa um gordo do que um coxo.

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  5. O Sr. Malho escreveu aqui, a 06/07/2015 (em http://farpaspombalinas.blogspot.pt/2015_01_01_archive.html) o seguinte:

    "A ETAP é um verdadeiro “Pote de Danaides” que, pelos vistos, a câmara está condenada a encher perpetuamente."
    "É boa a ideia abrir o capital da escola às empresas, mas era necessário que existissem Empresas e Associações Empresarias."
    "Se não existem muitas por cá, é igualmente boa ideia procurá-las nos concelhos limítrofes. Mas será exequível? O que é que a escola tem de concreto para oferecer às empresas para além de expectativas irrealistas?"
    "Não é, portanto, expectável que os dirigentes da ETAP encontrem empresas interessadas em comprometerem-se a encher um pote furado."

    Relendo tais frases, percebe-se que a realidade dos factos é bastante diferente dos vaticínios e que o autor se tenha virado (forçadamente) para outras questões: a idoneidade e as intenções das empresas (que afinal existem). Põe em causa tudo e todos para tentar salvar a face... Surpreendentemente (ou talvez não), vaticinando, no passado, que a ETAP não tinha qualquer salvação, vem agora expressar indignação por a Câmara ter cedido a sua posição às empresas. Vê-se que não gosta de empresas...
    Já agora, seria bom que a D. Luz falasse verdade e que diga que a notícia do Pombal Jornal foi publicada no jornal a 23/07/2015 com a lista das empresas acionistas da ETAP.

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    1. Quer o senhor dizer que a data que eu vejo no link da notícia (30 de Julho de 2015) não é verdadeira?

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    2. Volto a dizer que seria bom que a D. Luz falasse verdade. Utiliza "expedientes" típicos dos maus políticos, daqueles "chico-espertos" que tentam enganar o povo com inverdades, senão mesmo com mentiras.
      A D. Luz, se leu o artigo, sabe bem que no final da assinatura do autor vem lá escrito "Notícia publicada na edição n.º61, de 23 de Julho". Ou não vem?
      Escreveu, a 30 de Julho, um comentário ao presente post dizendo "Por isso tenho imensa curiosidade em saber quem são os industriais/empresários agora chamados a salvar a escola, se é que é disso que se trata.". Como se tal realidade não fosse do domínio público e estivesse a ser ocultada. Depois fez um novo comentário como se, perante o que havia referido antes, alguém se tivesse apressado a publicar e a partilhar uma notícia. É, ou não é uma postura de político "chico-esperto"?
      E consegue confirmar que não leu a notícia do Pombal Jornal publicada a 23 de Julho?
      Deve estar a seguir as pisadas do Sr. Presidente da República, do tempo em que este referia não ler jornais...

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Sr. Nuno Rebelo,

    O seu comentário enriquece esta interessante questão: o futuro da ETAP.
    É um comentário bem escrito como gostaríamos de ter no Farpas. Põe em causa os argumentos e a coerência do postador sem entrar pelo ataque de carácter. Tem uma postura muito diferente da dos moços de recados que aqui vêm simplesmente denegrir. Admitindo que tem sempre esta postura, tem o perfil para assessor do presidente da câmara. E olhe que ele bem precisa de ser melhor assessorado (mas essas trivialidades ficam para mais tarde, agora temos assunto importante).
    É verdade que tenho escrito muito sobre a ETAP - menos do que ela merecia. Acredito que a escola tem potencial, apesar do poder político e das direcções da escola o terem desbaratado sistematicamente ao longo de muitos anos. Acho até, que, no estado a que a escola chegou, o pior serviço que um pombalense lhe pode fazer é ignorá-la. Para alem da ETAP há entidades, (que foram) importantes para a comunidade, que deveriam ser discutidas/escrutinadas e outras que por estarem já moribundas duvido que valha a pena apontar-lhes os cancros.
    É verdade que a escola tem sido, desde que a acompanho, um “Pote de Danaides”, descapitalizada, com longos períodos em falência técnica, sobrevivendo com recurso sistemático a endividamento bancário que tem penalizado fortemente os resultados. Mas, muito pior do que isto, é a escola tem andado à deriva na sua actividade, picando todas as áreas de formação, sem projecto educativo, sem especialização, sem competências chave, funcionando como porto de abrigo para boys. Isto é reconhecido por pessoas com responsabilidade na escola, e o Nuno reconhece-lo-à, com certeza.
    No que se refere às minhas criticas ao processo de privatização da escola, o Nuno, no seu comentário, ignorou um ponto importante: defendo há muito tempo que, atendendo ao estado a que a escola chegou, uma das vias para regenerar a escola é a entrada empresas privadas. Mas esta entrada deve ser feita com total transparência e obedecer a um intuito estratégico claro e não ser unicamente uma capitalização pontual (até porque os montantes em causa são baixos).
    É claro que acredito que a entrada de uma Iber-Ollef, uma Sumol (pelos vistos não quis participar), uma Derovo, uma Maxiplás, e mais uma ou outra, acrescentam valor à escola muito parta além do capital, e, por conseguinte, podem/devem legitimamente retirar benefícios deste trade-off. Mas desconfio das motivações da maioria, o que nada tem a ver com o por em causa a honorabilidade dos seus responsáveis.

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