27 de outubro de 2009

O maior cego é que não quer ver…

Vasco de Graça Moura (VGM), um dos maiores ideólogos do PSD, afirmou um dia destes, num artigo publicado no DN, o seguinte: “O resultado das legislativas não se limita a traduzir a profunda estupidez com que o eleitorado nacional se comportou.”
Não me incomoda nada que VGM assim pense (porque a esmagadora maioria não pensa assim), antes pelo contrário. O que me aflige é que uma boa parte dos socialistas de Pombal, nomeadamente dirigentes, também assim pensa.

11 comentários:

  1. Assim é muito fácil analisar os resultados eleitorais. Os resultados não foram de encontro às minhas expectativas porque o eleitorado é estupido, e não porque os candidatos se comportaram estupidamente ou se mostram estupidamente abaixo do que o eleitorado presente como representantes.
    A culpa morre solteira, ou então casa com o elo mais fraco. (Sim, estou a afirmar que nós, meros eleitores, somos o elo mais fraco deste jogo que é a política).

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  2. Deve aqui referir-se que… e também desde já comentando o artigo “O maior cego é que não quer ver…” e o comentário de JA quando escreve «A culpa morre solteira, ou então casa com o elo mais fraco. (Sim, estou a afirmar que nós, meros eleitores, somos o elo mais fraco deste jogo que é a política).»… em qualquer eleição, independentemente da “Média Mais Alta de Hondt” ou outra fórmula, um voto é um voto – por isso o acto é realizado em sufrágio directo e, já agora, universal.
    Nas eleições autárquicas o voto per si tem um peso muito mais relevante.
    Já não se discutem “círculos uninominais”. Discute-se porta-a-porta.

    E se no Louriçal o PS ganhou há quatro anos, para tal contribuíram os seguintes factores:
    a) tiros nos próprios pés do candidato do PSD;
    b) movimento de cidadãos livres “Amigos do Louriçal”;

    E se no Louriçal o PS voltou a ganhar, para tal contribuíram os seguintes factores:
    a) tiros ainda mais fortes do mesmo indivíduo;
    b) reiterada estratégia de apoio do PSD pombalense;

    c) as candidaturas da CDU [e porque sou honesto]…
    c2) do BE [ainda que, a meu ver, a “consistência” das suas listas deixasse muito a desejar…] ;

    Tudo contribui, como vimos, para que a Democracia e a Liberdade vinguem. Com persistência, com tolerância, com elegância.
    E vontade acérrima de contribuir, não com “estupidez” [sempre sem comentários] mas INTELIGÊNCIA… certo?

    Certo!

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  3. O povo até pode ter ganho no Louriçal, mas a verdade é que o PS é que se congratula com uma "grande" vitória...novamente o eleitorado fica à margem da importância que lhe devia ser dada.
    Continuo a achar que somos o elo mais fraco, na medida em que somos desconsiderados e quando os candidatos procuram explicações para uma derrota o culpado é o eleitorado, mas quando falam de um vitória esta é resultado da competência e de uma boa campanha, e não da inteligência dos eleitores. O caro caravaggio tem outras explicações para o vitória do PS, mas dúvido que algum dos representantes locais do referido partido ouse concordar com as mesmas.
    Apesar de ser mais fácil não votar, ou votar apenas porque sim, no partido x porque sim, na pessoa x porque é amiga ou tem bom ar,eu faço questão de me informar e ter critérios bem definidos para uma escolha consciente e responsável, porque é a única oportunidade que tenho contribuir activamente para a escolha dos meus representantes.

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  4. Naturalmente, os factores tivessem contribuído para o voto útil. De acordo quanto às máquinas. Nestas coisas nunca se dá o ponto sem que se dê previamente o nó. E até se pode – e deve – argumentar e contra-argumentar. Mas a verdade insofismável é que a Democracia, mesmo sendo o melhor dos piores sistemas, serve os cidadãos e estes são a sua razão de ser. Era o que mais faltava abdicar desse direito. E morrerei por ele, se me meterem e se acaso o VOTO estiver efectivamente em perigo ou tiver sido temporariamente extinto (bonito, saiu-me assim, agora…).
    Provam-no as peniches e os tarrafais e os Manuel Tiagos e Cunhais e também os primeiros Soares.

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  5. Felizmente toda a minha vida foi feita em democracia, e não consigo imaginar como era viver sem esse direito. Aliás, quando fiz 18 anos o que referi como realmente importante foi o facto de poder votar.
    E custa-me ver que muitas pessoas (em Pombal cerca de 50%)não dão verdadeiro valor a esse direito conseguido à custa de muita luta e muito sofrimento.
    (Realmente bonito o que o camarada caravaggio disse, e torna-se mais bonito quando imagino a entoação que poderia ser dada)

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  6. É aqui que o Estadista é grande. Deve deixar passar o erro, incólume ou, heroicamente ressalvá-lo?
    Sendo gralha computacional não assinalada, como tal, por erro… decide este vosso Pintor assinalá-lo. Assassiná-lo.
    Como entendeis, e risota à parte [vem do “apartar” medievo, e não “apertar” contemporâneo], onde se lê “meterem” deve ler-se “matarem”.
    Seria o que mais faltasse.

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  7. Confesso que com a pressa da leitura, nem reparei no erro e li efectivamente "matarem" e não "meterem" com está escrito...mas agora que olho com mais calma, esse "meterem" podia ser alvo de várias interpretações...fez bem esclarecer.

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  8. Concordo, esse "meterem", em qualquer lado, poderia ser alvo de muitas interpretações, nenhuma delas boa. Estou certo, que entre o "meterem" e o "matarem", esta é sempre a melhor opção. A morte é uma solução radical e pouco dada a equívocos. Já quanto ao "meterem", é sempre sensato saberem onde se metem e quando é oportuno retirarem. Foi o que fez o Caravaggio, reagiu atempadamente à tentação de meter, preferindo, em vez disso, matar - o mal pela raiz - evitando as mais variegadas e arriscadas interpretações, o que a JA, "com mais calma" e com o seu "Olhar Real, logo viu, pois, ao contrário do V.G.Moura, vê bem mesmo sem lentes.

    Abraços,

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  9. Caro Jorge Ferreira, infelizmente sem lentes vejo um bocado (muito) mal, mas mesmo assim consigo ver que é o meu direito/dever votar conscientemente. E no dia das eleições optei por levar os meus óculos graduados, não fosse enganar-me a fazer a cruzinha!

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  10. Mais uma coisa, a verdade é que muita gente anda por aí a "meter", desde "meter" ao bolso até "meter" água. Por acaso não conhecem nenhum político que se inclua neste grupos, pois não?

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