5 de junho de 2009

Declaração de voto

No próximo Domingo vamos eleger 22 representantes porugueses para o parlamento europeu. Quer votemos quer não, o número de deputados será sempre o mesmo.

A tarefa de escolher em consciência não é fácil nem cómoda. O mais fácil é mesmo não ir votar: "que se lixe, aquilo é tudo a mesma cambada!"; "eu quero lá saber, eles que se amanhem!". Este é porventura o raciocínio da maioria dos eleitores pois,
segundo todos os indicadores, a percentagem da abstenção rondará os 60%, ou seja, três em cada 5 eleitores irá declinar a tarefa de eleger os seus representantes, aceitando a decisão de uma minoria. O nosso país é visto na Europa como um país onde os cidadãos têm pouca consciência europeia e que aceitam docilmente aquilo que outros lhe queiram impor. É uma casaca que eu me recuso a vestir.

Temos 13 listas: duas listas que, tradicionalmente, elegem muitos deputados, duas que irão eleger menos deputados e as restantes que, pelo que tudo leva a crer, não elegem quaisquer deputados.
Como estas eleições europeias não servem para eleger governos, a questão do voto útil tem, por isso, menos relevância. Considero mesmo que é mais útil votar num partido pequeno que num partido grande. Sem os deputados dos partidos mais pequenos o parlamento ficará mais pobre pois as ideias mais radicais, mais inovadoras estarão ausentes desse importante fórum.

Os políticos são como todos nós. Um são mais superficiais, outros mais vaidosos, outros mais irascíveis, outros mais trabalhadores, uns mais sérios, outros mais vigaristas. Não vale a pena, sobre isso, fazer qualquer drama. O importante sim é sabermos distinguir e votar naquela que consideramos a melhor lista de candidatos. Cada um terá os seus critérios de escolha. Eu tenho os meus. Quero que os meus representantes sejam pessoas sérias, com capacidade e vontade de defender os interesses, não só do país como da Europa, pessoas capazes de arregaçar as mangas e trabalhar, encarando o cargo para que foram eleitas com um espírito de missão e não como uma possibilidade de se pavonear, aproveitando o chorudo ordenado de deputado europeu.


Por isso, no Domingo, caro leitor, não vou deixá-lo decidir por mim. Não é nada de pessoal. Acontece que o voto é um direito cívico que eu não prescindo.

8 comentários:

  1. Está na hora de deixarmos de alimentar os grandes partidos: já fedem de tão gordos!
    Vou dar a migalhinha do meu voto a um qualquer pequeno partido.

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  2. Estou completamente de acordo. Como os grande partidos aproveitaram esta campanha para jogadas de faca e alguidar, tambem vou optar por ajudar os pequenos, se a maioria pensasse assim para a proxima teriam mais respeito perante os eleitores que com o seu voto lhe proporcionam "empregos" chorudos.

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  3. A vitória vai ser da abstenção - da qual farei parte por motivos universitários - e afectará pouco os resultados. A eleição de menos 2 deputados vai encurtar distância em número de mandatos entre o PS e PSD.
    Se pudesse votar Domingo não saberia bem quem escolher. A campanha foi fraca e tudo menos europeia. E discute-se um imposto europeu assim? Os 22 "tugas" entre os mais de 700 eurodeputados é que "inventam" isto?

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  4. Desta campanha eleitoral ficou a saber-se que: A Ilda não grama o Melo que se diz melhor que o Rangel. Esse Paulo, cuja líder não pode ver o Sócrates, ataca o Vital que diz mal dos da direita e vai-se defendendo dos da esquerda. O Miguel tem o apoio do Francisco que critica o Sócrates e a Manuela...

    Apesar de tudo, vou votar. No entanto, compreendo bem aqueles que decidirem não comparecer. Espero que os nosso políticos saibam interpretar essa mais que provável vitória da abstenção. É que, desta vez, as pessoas não vão deixar de votar só porque está sol...

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  5. Faça chuva ou faça sol, esteja para morrer ou bem de saúde, irei votar, uma vez que considero meu dever de cidadania e de responsabilidade para com o meu país. Mas farei um voto consciente e não ao calhas como muitos irão fazer.
    Ainda ontem perguntei a alguém próximo se já sabia em quem ia votar e a resposta que obtive foi: "Não sei, quando chegar logo vejo, é o que me der na telha".
    Isto é o que mais se vê, a seguir à abstenção, e que nos envergonha enquanto cidadãos.

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  6. Amigos e companheiros, bom dia.
    Amanhã é dia de votos.
    Vamos votar!
    Abraço.

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  7. O comentário do Filipe fez-me lembrar o poema Quadrilha de Carlos Drummnod de Andrade.
    Não resisto.
    É para descontrair.

    João amava Teresa que amava Raimundo
    que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
    que não amava ninguém.
    João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
    Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
    Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
    que não tinha entrado na história

    Abraço.

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  8. Direi mesmo mais: o voto é um direito cívico que eu não prescindo.

    Participemos, então.

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